Criar um Site Grátis Fantástico

ORAÇÃO À SAGRADA FACE Ó meu Jesus, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que a vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-a para nosso coração, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém. ORAÇÃO DA AMIZADE Senhor, quão poucos são os verdadeiros amigos, porque imperfeitos, limitados! Muitas vezes decepciono-me, esquecido de que sou eu quem erra quando espero deles uma perfeição, uma santidade e um perfeito amor o qual somente Vós possui e mesmo aqueles que Vos amam verdadeiramente, são falhos, porque humanos. Fazei-me, obstante as dificuldades, bondoso e verdadeiramente amigo para com todos, sem nada esperar, nem mesmo um só agradecimento. Sois, Senhor, o melhor e mais perfeito amigo entre todos os meus amigos. Vós que me amais com um amor perfeito, ensinai-me a amar com o Vosso coração, a olhar com Vossos olhos e a viver sempre como testemunha digna da profunda amizade e amor que sempre tivestes e tendes para comigo. Amém. Envie sugestões e duvidas para



Total de visitas: 1369670
O PAPEL DO LEIGO NA POLÍTICA
O PAPEL DO LEIGO NA POLÍTICA

O papel do leigo na política

Alexandre Cavalcante

Nossa Igreja ensina que para vivermos uma fé autêntica não podemos separar a fé da vida. A cruz de Cristo tem duas dimensões: a vertical, que é a transcendente, e a horizontal, que é a imanente, que nos leva a ter um compromisso radical com cada irmão que padece ao nosso lado. A caridade de Cristo nos impele a tomar uma atitude que resulte em um bem maior para todo o povo de Deus. Não podemos assumir diante dos acontecimentos e injustiças que nos cercam uma atitude passiva como se nada tivesse a ver conosco. A evangelização e formação cristã na sua dimensão mais ampla são, com certeza, formas de influenciar positivamente as pessoas que nos cercam; mas, como homens e mulheres de Deus, inseridos em uma sociedade, a Igreja nos chama a responder ativamente com nosso testemunho e trabalho no sentido da correção das injustiças e na construção de um mundo novo. É aí que a política pode exercer um papel fundamental.

“A fé cristã não despreza a atividade política; pelo contrário, a valoriza e a tem em alta estima” (Puebla, 514). O episcopado latino-americano considera que é dever da Igreja estar presente na política, “porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política. Por isso ela critica aqueles que tendem a relegar o espaço da fé à vida pessoal ou familiar, excluindo a ordem profissional, econômica, social e política, como se o pecado, o amor, a oração e o perdão não tivessem importância aí” (Puebla, 515).

É preciso que se entenda política como a arte de fazer o bem comum, meio excelente para os cristãos praticarem a caridade que nos foi ensinada por Cristo Jesus. “Pois a comunidade política existe por causa daquele bem comum: nela obtém sua plena justificação e sentido, de onde deriva o seu direito primordial e próprio. Ora, o bem comum compreende o conjunto daquelas condições de vida social, que permitam aos homens, às famílias e às sociedades conseguir mais fácil e desembaraçadamente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 76). Parece estranho, mas a Igreja ensina que a vivência correta da vida política ajuda os cristãos em geral a viverem mais perfeitamente e assim alcançar a santidade.

Talvez você esteja pensando: “Mas na política só tem ladrão! Eu não vou me juntar com aqueles desonestos!!!” Isso continua a acontecer porque você, que se diz honesto e justo, ainda não teve a ousadia de doar os seus melhores frutos no serviço do bem comum. Se a vida política do nosso país é assaltada por pessoas mal intencionadas, não é porque a política seja suja por si mesma, mas porque os que são realmente bem intencionados e capacitados para o bem comum não se dispõem a empenhar suas vidas nessa nobre causa.

O livro dos Juízes conta uma história: “As árvores se tinham posto a caminho para ungir aquele que seria o seu rei. Disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. A oliveira lhes disse: ‘Renunciarei a meu óleo, que deuses e homens em mim apreciam, para ir agitar-me acima das árvores?’ As árvores disseram à figueira: ‘Vem tu reinar sobre nós’. A figueira lhes disse: ‘Renunciarei a minha doçura e a meu bom fruto para ir agitar-me sobre as árvores?’ Então as árvores disseram à vinha: ‘Vem tu reinar sobre nós’. A vinha lhes disse: ‘Renunciarei a meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para agitar-me sobre as árvores?’ Então as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. Mas o espinheiro disse às árvores: ‘Se é com lealdade que me dais a unção para que eu seja vosso rei, então vinde abrigar-vos sob a minha sombra. Mas se não for assim, um fogo sairá do espinheiro e devorará os cedros do Líbano” (Jz 9,7-15).

Hoje nos vemos sendo governados por vários espinheiros, árvores que não têm sombra e ainda apresentam múltiplos espinhos. Gostaria de perguntar: “Até quando ficaremos imobilizados, negando os nossos melhores frutos para Deus e para os nossos irmãos?”.

“A Igreja considera digno de louvor e consideração o trabalho daqueles que se dedicam ao bem da coisa pública a serviço dos homens e assumem os trabalhos desse cargo” (GS, 75) e ainda: “Os que são idôneos ou possam tornar-se para exercer a difícil e, ao mesmo tempo, nobilíssima arte política, preparem-se para ela e procurem exercê-la, esquecidos do proveito próprio e de vantagens materiais. Pela integridade e com prudência, lutem contra a injustiça e a opressão ou o absolutismo e a intolerância, seja dum homem ou dum partido político; dediquem-se, porém, ao bem de todos com sinceridade e retidão, bem mais, com o amor e a coragem exigidos pela vida política” (GS, 75).

O próprio Jesus nos deu o exemplo. A atitude profética de Jesus, em defesa dos pobres e dos oprimidos, devido a seu radical compromisso com a vida, teve profundas repercussões políticas. Ele chamou Herodes de “raposa” (cf. Lc 13,22), ironizou os opressores que se intitulavam “benfeitores do povo” (cf. Lc 22,25), criticou o luxo das autoridades (cf. Mt 11,8) e a opulência dos ricos (cf. Lc 6,24; 16,19-31; Mt 6,24), negou o caráter divino do poder de César (cf. Mt 22,21). Por isso, Ele foi acusado injustamente de subverter a ordem pública (cf. Lc 23,2.5), de conspirar para ser o rei dos judeus (cf. Jo 19,19) e por esse crime foi condenado (cf. Jo 19,12-16). “O Reino de Deus proclamado por Jesus, conquanto não se reduza à política, possui uma dimensão política. Porque importa na modificação global e estrutural dos fundamentos da velha ordem. Esta transformação é condição para o mundo pertencer ao Reino de Deus” (CNBB, Igreja e política, 15). Da mesma forma que Jesus, precisamos crer e agir. O crer que não corresponde a uma atitude concreta em relação aos irmãos, ainda não é a verdadeira fé.

A maioria de nós, certamente, está muito distante de candidatar-se a um cargo político. Porém, graças a Deus, vivemos em uma sociedade democrática e você pode fazer muita diferença votando na pessoa certa. É preciso entender que cada voto faz diferença e mesmo que não exista um candidato que se identifique com a proposta cristã, um deles irá governar o nosso país e também governará a você. É importante, então, votar no melhor ou no menos ruim, mas nunca anular o voto ou votar em branco. Creia, você faz diferença e, se cada cristão se conscientizar disso, faremos todos juntos a diferença significativa para mudar este país e conformá-lo com a vontade de Deus.

Gostaria de clamar ao Senhor que nos dê a fé, o entendimento e a ação para que possamos mudar a face da terra. Que a política seja para todos os cristãos uma constante e uma forma apaixonada de nos dar a Jesus nos irmãos, mesmo que isso nos custe a perseguição, a má fama e até o martírio. É na união das realidades do céu e da terra que podemos provar a nossa adesão ao mandato de Jesus de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Quando fazemos um ato que atinge toda a coletividade e não somente a nós, expressamos a nossa fé na criação do Reino de Deus aqui na terra e provamos o nosso despojamento em relação à mentalidade egoísta que reina em nosso meio. Mesmo que você nunca venha a ser um candidato a um cargo político, que seu voto possa ser um ato consciente de buscar sempre o melhor candidato e o bem para todo o povo de Deus e não simplesmente uma obrigação perante o governo que você cumpre para não ser prejudicado. Que Ele nos dê o entendimento correto das realidades celestes que fazem diferença na terra.