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ORAÇÃO À SAGRADA FACE Ó meu Jesus, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que a vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-a para nosso coração, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém. ORAÇÃO DA AMIZADE Senhor, quão poucos são os verdadeiros amigos, porque imperfeitos, limitados! Muitas vezes decepciono-me, esquecido de que sou eu quem erra quando espero deles uma perfeição, uma santidade e um perfeito amor o qual somente Vós possui e mesmo aqueles que Vos amam verdadeiramente, são falhos, porque humanos. Fazei-me, obstante as dificuldades, bondoso e verdadeiramente amigo para com todos, sem nada esperar, nem mesmo um só agradecimento. Sois, Senhor, o melhor e mais perfeito amigo entre todos os meus amigos. Vós que me amais com um amor perfeito, ensinai-me a amar com o Vosso coração, a olhar com Vossos olhos e a viver sempre como testemunha digna da profunda amizade e amor que sempre tivestes e tendes para comigo. Amém. Envie sugestões e duvidas para



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O Verdadeiro Homem
O Verdadeiro Homem

Pai de família: provedor ou algo mais?

Por: Mónica Bulnes de Lara

Nunca é tarde para refletir sobre a importância Nunca é tarde para refletir sobre a importância que tem a presença, tanto física como emocional, do pai para o desenvolvimento dos filhos.

Estamos muito acostumados a viver em um matriarcado encoberto, um pseudopatriarcado, quando na verdade esta cultura gira em torno da mulher. No entanto, considero que já é tempo de dar passagem ao homem e deixá-lo exercer sua função dentro da sociedade e da família, uma função que vai além daquela de provedor. Refiro-me à função paterna que, se não soubessem os homens que são pais, é de vital importância para o desenvolvimento de seus filhos, assim como foi para o próprio desenvolvimento deles mesmos.

Já estamos cansados de responsabilizar as mães por tudo o que não funciona bem no processo de desenvolvimento psíquico de um menino, no entanto, é o pai quem ajuda os meninos (varões) a formar uma identidade masculina e quem ajuda as meninas a se sentir mulheres atraentes, bonitas, dignas de ser queridas por um homem. A mãe influi, com certeza. Não pretendo deslocar agora a responsabilidade completa para a figura paterna, no entanto, insisto, é o pai que, com sua presença e com sua “lei” auxilia a mãe e a criança para que eles possam se separar emocionalmente e, então, a criança possa ser concebida como um ser independente e não como um apêndice ou uma extensão da mãe.

Com isto, quero dizer que é o pai que vem representar o terceiro em discórdia na relação dual entre a criança e a mãe, vem romper com esta simbiose que, ao não alcançar a separação, fundiria a criança com sua mãe (falando em termos psíquicos) e a transformaria em uma pessoa que não poderia estabelecer um contato com o mundo por si mesma, ou seja, levaria a criança à loucura, a uma fusão total de identidade com a mãe. Graças a isto (que o pai seja o terceiro em discórdia), os meninos conseguem estabelecer sua identidade masculina, e as meninas sua identidade feminina, é o que vai colocar a “cereja sobre a torta” para que este difícil processo de consolidar uma identidade própria, não somente a identidade psicossexual, seja levada a cabo com sucesso. Vocês acham pouco?

E tem mais, o pai impõe a lei, isto é, é quem deve estabelecer as normas, é o representante da autoridade. Alguma vez escutei por aí a seguinte frase: “A mãe é amor com autoridade e o pai é autoridade com amor” e, na verdade, nada me parece mais certo. Imaginem, senhores pais de família, que de vocês depende que nossas crianças aprendam a respeitar a lei, isto é, a autoridade. Bem, se não ficou suficientemente claro, explicaremos de forma mais dramática.

Se o pai não ensinar aos filhos a respeitar a autoridade, estas crianças serão pessoas que não terão a capacidade para viver em sociedade, pois não será possível que respeitem os seus semelhantes porque não haverá quem lhes tenha ensinado a respeitá-los com seu exemplo. Com certeza, não se trata de impor esta lei com golpes, porque já sabemos os resultados disso hoje em dia.

Desta maneira, meus senhores, vocês serão os responsáveis por formar os delinqüentes que andem pelas ruas roubando e seqüestrando as pessoas, ou os banqueiros que cometem fraudes ou os políticos que somente se preocupam por seu bem-estar, sem dar importância às conseqüências de seus atos, inclusive para toda uma nação. Ficou ainda alguma dúvida sobre a importância de sua presença para o desenvolvimento de seus filhos?

Vejam bem, vocês poderão argumentar: “O problema é que as mulheres não nos deixam participar” ou “Isto é coisa de mulheres”. Prezados senhores, estamos em pleno século XXI! Ou ainda, a recente: “O que acontece é que não temos tempo para nada”, porém quem quer pode e encontra tempo. É muito importante que fique claro que a mesma importância de pagar as contas e as mensalidades dos colégios, ou outras coisas mais, tem também dedicar tempo a nossos filhos. Não duvido que existam mulheres que ainda não permitam a participação do pai nas tarefas de educar e criar o filho, mas os senhores têm ou não vontade própria? Claro que é muito mais fácil ver as coisas de fora e depois dar a culpa aos demais daquilo que não fazemos.

Por outro lado, estão – infelizmente, cada vez com mais freqüência – as famílias monoparentais, as quais em sua maioria, estão formadas pela mãe e filhos, brilhando por sua ausência o pai. A estas mães, encarregadas pela criação dos filhos, eu as convidaria a realizar uma auto-observação e auto-avaliação sobre como falam a seus filhos e filhas sobre o pai deles, como se referem a ele, o que estão lhes transmitindo, que idéia de homem estão projetando em seus próprios filhos do sexo masculino e em suas filhas. Nos casos como este, a figura paterna será transmitida pela mãe que, consciente ou inconscientemente transmitirá a seus filhos a boa ou má imagem masculina. Isto será realizado a partir de sua própria experiência (boa ou má) com a figura masculina, isto é, do relacionamento com seu próprio pai e com seu ex-cônjuge.

Reflitam sobre isso e, uma vez que tenham respondido a estas perguntas, tantas coisas poderão ser explicadas. Não devemos descarregar sobre nossos filhos as relações frustradas com os pais deles, finalmente são seus pais e vocês os escolheram, o que não significa que tenhamos de mentir aos filhos sobre quem é, na verdade, o pai deles. Deixem que sejam eles que, por si mesmos, possam perceber isso e os ajudem a curar essa má imagem do pai. Já que é, a partir dessa atitude, que eles formarão uma idéia sobre o que significa não só ser pai, como também como ser uma pessoa íntegra, comprometida, integrada à sociedade participativa, que trabalhe em benefício de todos.

Assim que, espero tê-los deixado com “a pulga atrás da orelha” e que possamos nos conscientizar, cada vez mais, tanto homens como mulheres, da importância de ser pai em toda a extensão da palavra. Lembrem de que o pai é quem nos ajuda a consolidar nosso:

• Sentido de identidade pessoal.
• Identidade masculina ou feminina, segundo o caso.
• Forma a moral e o respeito pela autoridade e por nossos semelhantes.

De modo que, pais de família, os exorto a que participem ativamente e não agressivamente da formação de seus filhos. Sejam protagonistas e não expectadores da vida e do desenvolvimento de seus filhos, que eles – mais cedo ou mais tarde – certamente agradecerão.

A Masculinidade

Por: Por: Diana García

“Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes! Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 13-14).

“O modo de ser masculino revela para a natureza humana umas qualidades que são necessárias para todas as pessoas: capacidade de projetos a longo prazo, certa tendência à racionalização, à exatidão, o domínio sobre as coisas e a inclinação para a técnica, entre outras. Outras qualidades, que embora tenham que viver também os homens, são transmitidas mais profundamente pelas mulheres: por exemplo, é mais espontâneo na mulher uma maior facilidade para conhecer as pessoas, a delicadeza no tratamento, a generosidade, a capacidade de ser concreta, a perspicácia, a intuição, a tenacidade”.

Falando de paternidade, podemos dizer que é o ofício de ser pai e só pode ser exercido pelo homem. Ele tem, por natureza,uma maior distância a respeito da vida concreta; encontra-se sempre fora do processo da gestação e do nascimento e somente pode participar deles através da mulher.

É exatamente essa maior distância que lhe pode facilitar uma ação mais serena para proteger a vida e garantir seu futuro. Pode também leva-lo a ser um verdadeiro pai, não somente na dimensão física, como também no sentido espiritual. Pode levá-lo a ser um amigo imperturbável, seguro e de confiança.

Mas pode levá-lo também, por outro lado, a um certo desinteresse pelas coisas concretas e cotidianas, o que – infelizmente – provocou em períodos passados a existência de uma educação unilateral.

Há alguns anos

Por: Arturo G. Cárdenas Chagoya

Com o passar dos anos, aprendi que nós, os seres humanos, sem importar o gênero, raça, nem idade, navegamos entre uma infinidade de emoções e contradições.

Tem dias em que nosso interior brilha esplendorosamente e sentimos que podemos conquistar a própria glória. Em outros, sem importar os estímulos, a bruma das insatisfações turva, bloqueia e paralisa nossas intenções de ir para frente.

Aprender a viver estas mudanças é, ao mesmo tempo, um desafio e uma virtude. Trata-se de abordagens e de atitudes.

Há poucos anos, quando parecia que voltaria a perder tudo e me encontrava diante da encruzilhada de fugir e me esconder, enfrentar a possibilidade de ir para uma prisão ou me suicidar, aprendi que lutar contra as emoções resulta francamente inútil.

No meio da crise, angustiado pela indefinição, consegui resgatar o mais valioso que uma pessoa pode ter: a dignidade. Em vez de fugir e me guiar mais pelo medo do que pela infalível tríade da razão-espiritualmente-emocional, me sentei para escrever minhas:

PAIXÕES DE ONTEM E DE SEMPRE

Hoje, como tantas vezes, me acordei cedo; mas HOJE não pude (ou não quis) me levantar... nem física, nem moral, nem espiritualmente.

Teria gostado de encontrar fortaleza, consolo e segurança em minha leitura diária da Bíblia, na meditação da manhã, nas orações.

Teria gostado de pronunciar solenemente a declaração de SÓ POR HOJE e que tivesse surtido efeito a oração da SERENIDADE...mas não soube como.

Então, no afã de consolo, decidi escrever. Escrever para dizer a Deus que me sinto triste, que me sinto só, que tenho saudade do calor de um abraço e da ternura de um beijo. Escrever porque preciso saber que estou vivo, que sou...

Escrever porque a dor que pensava que tinha superado, voltou novamente, sem controle. Porque amo profundamente. Porque amar e crescer dói. Porque se desapegar e começar de novo é tão difícil como aferrar-se ao vazio, mas enfrentando-se ao desconhecido.

E então me pergunto: Por acaso alguém se lembra de mim às vezes? Alguém se interessa por mim? Preciso saber que sim. Preciso de uma âncora que me permita me agarrar ao mundo real...

Com certeza a resposta é sim!

Porque eu também me lembro deles. Ainda vivem em mim. Só que, com o passar dos anos e com a distância, muitos se transformaram em estranhos, ilusões difusas de vivências distorcidas.

Alguém se pergunta (como eu) sobre as possíveis diferenças nas lembranças que nos unem? Será verdade que tudo foi como eu senti? Ou talvez agora acho que foi assim?

A minha própria imagem será talvez parecida com a que alguém tem de mim? E a relação que eu guardo na memória por acaso produzirá um mal-estar em alguém?
Não importa porque decidi escrever para dar um significado a minha vida, através do que vocês têm me dado.

E talvez, se possível, transcender em vocês para não morrer... ainda não!!!

Nesta carta, declarei minha independência do que não posso controlar, ratifiquei a convicção de conquistar minhas próprias atitudes e renunciei a sentir-me vencido pela desesperança.

A decisão raciocinada lutou arduamente com o impulso emocional mas nenhum dos dois venceu nem foi vencido. Ambos foram conquistados e recrutados por algo muito superior... Tomara que você também o encontre.

Se quiser ser um bom pai, seja um bom marido

Por: María Esther Roblero

O último livro de Piero Ferruci, “Nossas mestras, as crianças” já foi traduzido a 11 idiomas. Nele, Piero nos diz: “Foi preciso tempo, mas – afinal – percebi que a relação com os meus filhos passa através da relação com a minha mulher. Não posso ter com eles uma boa relação se a minha relação com ela não é boa”.

A experiência clínica de Ferruci demonstrou que “cada ser humano é o resultado da relação entre dois indivíduos: o pai e a mãe. Essa relação continua vivendo dentro de nós como uma harmonia belíssima ou como uma laceração dolorosa. A relação entre nossos progenitores – comenta Ferruci – nos constitui no que somos. Isto vale também na época da família dormitório, dos progenitores solteiros, da fecundação artificial, da manipulação genética, das barrigas de aluguel, dos bancos de espermatozóides... Uma criança sente, com todo seu ser, a relação entre seus progenitores, seja qual for, sente-a em si mesmo. Se a relação estiver envenenada, o veneno circulará por seu organismo. Se a atmosfera não for harmoniosa, crescerá na dissonância. Se estiver cheia de ânsias e inseguranças, também seu futuro será incerto”.

A conclusão, então, parece clara: se quiser ser um bom pai, seja um grande marido. Se quiser ser uma boa mãe, seja uma grande companheira para seu marido. Isto, que parece simples, na prática não é. Por que? Ferruci responde em primeira pessoa, com grande humildade:

"Às vezes, esqueci esta realidade. Tive confiança demais. Sabendo que a nossa relação ia bem, me acomodava”. Se a relação ficar abandonada à sua própria sorte, logo aparecem os desgostos, as recriminações.

Quando um matrimônio reage a tempo e recupera a beleza de seu amor, os primeiros a perceber são os filhos. E nos conta sua própria experiência, depois de uma temporada em que, com a obsessão de escrever seus livros, começou a levantar-se às cinco da madrugada e a passar o dia reclamando pelo barulho e pelas interrupções.

"Comecei a me sentir deprimido, alguma coisa não ia bem. Afinal, compreendi o que já sabia mas não queria admitir. A ordem das minhas prioridades estava errada. Decidi devolver a Vivien, minha mulher, um marido que não estivesse sempre morrendo de sono. Depois, aconteceu alguma coisa sutil e surpreendente: melhorou o relacionamento entre Emilio e Vivien. Não era um relacionamento ruim mas havia alguma coisa que eu não gostava. Muitas vezes, Emilio era descortês com ela e falava comigo como se Vivien não existisse, ignorando-a da maneira mais machista possível. Depois foi que entendi: Emilio me mostrava qual era a minha atitude com Vivien... Era eu quem a transformava em uma sombra! Por sorte, me dei conta a tempo”.

Como manter e melhorar constantemente o relacionamento conjugal? Este autor italiano é um grande romântico e pensa que a fonte do amor para os esposos radica na lembrança de seus melhores momentos.

"Ao contrário do que muitos pensam, eu acho que o fato de enamorar-se é o instante mais autêntico do relacionamento entre duas pessoas; é quando elas vêem que todas as possibilidades se abrem diante delas, quando tocam a essência e a beleza do amor... Diante da minha mente, desfilam os nossos momentos mais luminosos: o primeiro passeio juntos, a decisão de nos casar (tomada uma tarde de setembro), Vivien que foi me receber no aeroporto em um dia de chuva, o concerto durante a gravidez de Emilio... Tudo isso é a origem, a fonte: o lugar em que tudo vai bem e é perfeito. É positivo voltar de vez em quando às origens e beber daquela fonte de água pura”.

São José

Por: Ernest Hello *

Ensaio sobre São José que trata, numa linguagem densamente poética e fulgurante, dos principais pontos do caráter do Santo, como o silêncio e a obediência. Publicado como apêndice ao livro José, o silencioso, de Michel Gasnier, apareceu pela primeira vez no livro de Hello intitulado Physionomies de Saints (Paris, 1875).

São José, a sombra do Pai!: Aquele sobre quem se projeta a sombra do Pai, densa e profunda. São José, o homem do silêncio!: Aquele que mal é tocado pela palavra. O Evangelho só nos diz isto dele: Era um homem justo. Sempre sóbrio em palavras, o Evangelho é ainda mais sóbrio do que de costume ao falar de São José. Dir-se-ia que este homem, envolto em silêncio, inspira silêncio. O silêncio de São José produz silêncio ao redor de São José.

O silêncio é o seu louvor, o seu modo de ser, a sua atmosfera. Onde está José, reina o silêncio. Dizem alguns viajantes que, quando a águia levanta vôo, o peregrino sedento adivinha a existência de uma fonte no lugar do deserto onde se projeta a sombra dessa ave; escava então a terra nesse lugar, e eis que a água brota. A águia dissera-o na sua linguagem, ou seja, voando, e dessa forma a beleza se converteu em utilidade: quem sente sede, compreendendo a linguagem da águia, busca a fonte no meio da areia e encontra água.

Haja o que houver de verdade natural nesta preciosa lenda, ela é fecunda em grandes símbolos. Quando a sombra de São José se projeta em alguma parte, o silêncio não está longe dali. Cave-se a areia, símbolo da natureza humana, e brotará a água. E a água será aquele silêncio profundo no qual todas as palavras estão contidas; aquele silêncio vivificante, refrescante, apaziguador, saciante: o silêncio substancial. Onde se projeta a sombra de São José, a substância do silêncio, insondável e pura, brota do mais profundo da natureza humana.

Não há nenhuma palavra sua registrada na Sagrada Escritura. Mardoqueu, que fizera Ester florescer à sua sombra, é um dos precursores do Santo; Abraão, pai de Isaac, representa também o pai adotivo de Jesus; e José, filho de Jacó, é a sua imagem mais expressiva. Este primeiro José foi, no Egito, o guardião do pão natural; o segundo José foi, no Egito, o guardião do Pão sobrenatural. Ambos foram os homens do mistério e foi o sonho que lhes comunicou os seus segredos, pois ambos foram instruídos em sonhos e assim adivinharam coisas ocultas. Assomados ao abismo, os olhos de um e outro viam através das trevas; viajantes noturnos, descobriram os seus caminhos através dos mistérios da sombra. O primeiro José viu o sol e a lua prostrados diante dele; o segundo José dava ordens a Maria e a Jesus: Maria e Jesus obedeciam-lhe.

Que abismo interior não devia trazer no seu íntimo o homem que se via obedecido por Jesus e por Maria, o homem que convivia familiarmente com esses mistérios e a quem o silêncio revelava as profundidades do seu segredo! Quando serrava as suas madeiras e via o Menino trabalhar sob as suas ordens, os seus sentimentos, aprofundados por essa situação inaudita, mergulhavam no silêncio que os aprofundava ainda mais. E da profundidade onde vivia com o seu trabalho, teve a fortaleza de não alardear perante os homens: “O Filho de Deus está aqui”.

O seu silêncio parece uma homenagem ao inefável: é como a abdicação da Palavra diante do Insondável e do Imenso. O Evangelho, que tão poucas palavras diz, tem os séculos por comentário; os séculos aprofundam nas suas palavras e fazem brotar da pederneira a chispa de luz viva. É que os séculos têm por missão trazer à luz os segredos. São José foi desconhecido durante muito tempo; porém, desde Santa Teresa de Ávila, especialmente encarregada de revelá-lo aos cristãos, já é muito menos ignorado.

Curiosamente, cada século tem dois aspectos – o cristão e o anticristão, opostos por um contraste direto e admirável. O século XVIII, século do riso, da frivolidade, da leviandade, do luxo, teve um São Bento José Labre. Esse mendigo chegou a alcançar a glória, até a glória humana, ao passo que os que brilharam no seu tempo caíram numa abjeção histórica incomparável, diante da qual são glórias as comuns abjeções. Não sei o que Deus terá feito com as almas de muitos que brilharam no século XVIII; mas a ciência humana, apesar da sua imperfeição e da sua lentidão, fez justiça aos seus nomes: praticamente todos os representantes do século XVIII estão enterrados num especial esquecimento. No entanto, José Labre, que é a contradição viva desse século, brilha até mesmo aos olhos dos homens; e aqueles mesmos que tentam ridicularizá-lo se vêem obrigados a considerá-lo uma personalidade histórica.

O nosso século XIX é, acima de todos, e em todos os sentidos do termo, o século da Palavra. A Palavra, boa ou má, enche a nossa atmosfera. Uma das coisas que nos caracterizam é o barulho. Nada mais barulhento do que o homem moderno: ama o barulho, gosta de produzi-lo ao redor dos outros, e gosta, sobretudo, que os outros o produzam ao seu redor. O barulho é a sua paixão, a sua vida, a sua atmosfera: a publicidade substitui nele muitas outras paixões que morrem afogadas nessa paixão dominante, a menos que vivam dela e se alimentem da sua luz para brilhar com maior violência. Este nosso século fala, chora, grita, louva-se e desespera-se: e tudo converte em exibição. Detesta a confissão secreta e explode a cada momento em confissões públicas. Vocifera, exagera, ruge.

Pois bem, foi este estrepitoso século XIX que assistiu à elevação e à exaltação da glória de São José, que acaba de ser nomeado oficialmente padroeiro da Igreja Universal (*), tornando-se mais conhecido, invocado e honrado do que em qualquer outra época! Foi por entre raios e trovões que se produziu, insensivelmente, a revelação do seu silêncio.

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(*) São José foi declarado padroeiro da Igreja Universal em 1847 pelo Papa Pio IX (N. do E.)
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Até que ponto São José penetrou na intimidade de Deus? Não o sabemos. Mas, no meio do tumulto que nos rodeia, sentimo-nos invadidos pelo sentimento dessa imensa paz em que parece ter deslizado toda a sua vida: e parece que este contraste quer revelar-nos a oculta grandeza das coisas.

Muitos que nada têm a dizer falam, e sob o barulho da sua linguagem e a turbulência da sua vida dissimulam o nada das suas idéias e dos seus sentimentos. E São José, que tanto tem a dizer, não fala: guarda dentro de si as grandezas que contempla: dentro dele erguem-se montanhas sobre montanhas, e as montanhas são silenciosas.

Os homens são arrastados pelo feitiço das bagatelas. Mas São José, entre as tribulações da sua viagem ao Egito, naquela fuga de Jesus perseguido já desde o início, permanece em paz, dono da sua alma e do seu silêncio. No meio dos pensamentos, dos sentimentos, dos tumultos, dos incidentes e das dificuldades dessa viagem, o representante de Deus Pai foge, como se fosse ao mesmo tempo fraco e culpado: foge para o Egito, para o país da angústia, retorna ao lugar terrível do qual os seus antepassados tinham saído sob a proteção de Deus. Percorre na direção contrária o caminho percorrido por Moisés e, enquanto se dirige para o Egito e permanece no Egito, lembra-se de quando procurou lugar na pousada e não o encontrou.

Quia non erat locus in diversorio, porque não havia lugar para eles na pousada!

A história do mundo está nessas poucas palavras. Mas ninguém lê essa história tão lacônica, tão substancial, porque lê-la significa compreendê-la, e toda a sucessão dos séculos não é suficientemente longa para sondar tudo aquilo que está escrito nessas palavras: Não havia lugar na pousada.

Houve lugar para outros viajantes, mas para aqueles não. O que não se nega a ninguém é negado a Maria e a José: e Jesus Cristo ia nascer em poucos minutos! O Esperado das nações chamava às portas do mundo... e não houve lugar na pousada para Ele!

O Panteão romano, pousada dos ídolos, tinha lugar para trinta mil demônios com nomes supostamente divinos; e Roma não teve lugar para Jesus Cristo no seu Panteão. Parecia adivinhar que Jesus Cristo não queria semelhante lugar nem semelhante participação.

Quanto mais insignificante é uma pessoa, mais facilmente se instala. Aquele que traz em si um valor de humanidade tem mais dificuldade para instalar-se, sobretudo se trouxer em si qualquer coisa de admirável e próximo de Deus; mas quem leva o próprio Deus não encontra lugar. Todos parecem adivinhar que necessita de um lugar demasiado grande, e, por mais que Ele queira fazer-se pequeno, não consegue desarmar o instinto dos que o rechaçam, não consegue persuadi-los de que se assemelha aos outros homens; por mais que oculte a sua grandeza, ela brilha à sua revelia e, à sua proximidade, as portas fecham-se instintivamente.

Essa pequena frase, que diz apenas: Porque não havia lugar para eles na pousada, é tanto mais terrível quanto mais simples. Não é a inflexão da queixa, da censura, da recriminação: obedece ao tom natural do relato, que suprime toda a reflexão, pois o Evangelho deixa que nós mesmos façamos as nossas reflexões: Quia non erat locus in diversorio.

E o que dizer dessa palavra diversorio, que indica multiplicidade? Os viajantes comuns, os homens que fazem número, encontraram lugar na pousada. Mas Aquele que Maria trazia consigo ia nascer num estábulo, porque era Ele quem iria dizer um dia: “Uma só coisa é necessária”, unum est necessarium.

O diversorio foi-lhe fechado! Seria necessário que um raio iluminasse a nossa noite e nos mostrasse todos os séculos de uma só vez, concentrados num só ponto e num só instante, para que essa frase tão curta, tão pequena, tão simples, nos surgisse tal como é: para que nos surgisse tal como é essa pousada na qual Maria e José não encontraram lugar. Seria necessário um raio que iluminasse esse abismo. Mas, que aconteceria se os nossos olhos se abrissem?

Faber pergunta-se que pensariam as mães dos Inocentes que pouco tempo depois foram degolados. Pergunta-se mesmo se não meditariam sobre o homem e a mulher que não haviam encontrado lugar, e sobre o Menino que não tivera senão uma manjedoura para nascer. Pois a terra inteira também lhe negaria em breve um lugar para morrer: ao fim de alguns anos, iria cravá-lo no alto de uma cruz.

A terra foi como a pousada: inospitaleira. São José cumpre na realidade o que os outros cumpriram em figura. Depois de ter guardado o Pão da vida no Egito, realizando aquilo do qual o primeiro José fora a sombra, retorna a Nazaré e faz o mesmo que Josué fizera.

Josué havia detido o curso do sol. Aquele que era a Luz do mundo abandona Maria e José para ir a Jerusalém defender a causa de seu Pai; mas Maria e José vão encontrá-lo ali e fazem-no retornar a casa. Cristo, o Sol, que parecia ter iniciado o seu curso, fica detido durante dezoito anos. Dos doze aos trinta anos, Jesus não sai da sua casa.

Com que idade morreu José? Não se sabe; mas parece que já tinha morrido quando Jesus abandonou a sua casa. E naquela casa, o que se terá passado? Que mistérios se terão desvelado aos olhos desse homem a quem Jesus obedecia? O que veria José nos atos de Jesus Cristo, nesses atos que, pela sua própria simplicidade, devem ter assumido aos seus olhos dimensões incomensuráveis? O que não veria no menor dos seus movimentos? O que não veria na sua atividade aparentemente tão limitada? O que não veria na sua obediência? Como terá soado no fundo da sua alma esta frase: “Eu mando e Ele obedece: eu ocupo o lugar de Deus Pai”?

E, por trás dessa frase, debaixo dela, no fundo, devia existir algo mais profundo que ela mesma: o silêncio que a envolvia; e a frase que teria dado forma ao silêncio talvez não tenha chegado a formular-se nunca. Talvez estivesse oculta no silêncio que a continha.

Quando as palavras humanas se reúnem, depois de terem sido sucessivamente chamadas pelo homem e de se terem declarado, uma após outra, impotentes para expressar o fundo da sua alma, então o homem cai de joelhos e do fundo do seu abismo ergue-se o silêncio. E esse silêncio que sai do fundo do abismo ultrapassa as nuvens e sobe até o trono dAquele que tomou as trevas por retiro: sobe ao trono de Deus com os perfumes da noite.

Esse grande silêncio da natureza que se chama sonho foi o templo onde os dois Josés ouviram as vozes do céu. O primeiro José foi vendido por causa de um sonho que excitou a inveja e o ódio dos seus irmãos. Por um sonho foi levado para o Egito, e também em sonhos recebeu São José a ordem de fugir para o Egito.

A seguir, mandou, e a Mãe e o Menino obedeceram. Parece-me que essa autoridade inspirou a São José idéias prodigiosas. Parece-me que o nome de Jesus devia conter para ele segredos admiráveis. Parece-me que, quando nEle mandava, a humildade do Menino assumia dimensões gigantescas que os sentimentos conhecidos não podiam medir. Essa humildade devia reunir-se ao silêncio do Patriarca, no seu lugar, no seu abismo. E esse silêncio e essa humildade deviam enaltecer-se mutuamente.

São José escapa à nossa apreciação, que não pode medir a altura das suas funções. Deus, tão ciumento, confiou-lhe a Santíssima Virgem. Deus, tão ciumento, confiou-lhe Jesus Cristo. E a sombra do Pai caía todos os dias sobre ele, tão densa que as palavras mal se atreviam a aproximar-se dela.

* Ernest Hello (1828-1885) formou-se em direito e dedicou-se depois ao jornalismo e à literatura. Espírito original e profundo, foi uma das principais figuras do pensamento católico no século XIX.

Meu primeiro mestre

Por: Dado Moura

A formação de um homem começou quando este, ainda menino, se colocava atento como um discípulo-mirim, aos movimentos e expressões faciais do seu mestre que sempre tinha uma solução para todas as coisas. Consertava relógios, carros, fazia instalações elétricas, construía até casas! Sem conhecer de música, ingressou na banda do exército para garantir melhores condições de vida para aqueles que Deus lhe havia confiado. Tentando concluir o curso ginasial noturno, aprendia a ler as partituras por conta própria; e mesmo sem instrumento musical estudava e treinava apenas com o bocal de uma tuba.

O que seria impossível para ele realizar, se entendia de tudo? Esse era o pensamento do menino…

Certamente, devido à urgência das necessidades o obrigasse, por muitas vezes, a dar passos maiores do que aqueles que o menino pudera acompanhar. Exigia-se do menino um raciocínio sempre projetado à próxima ação lógica…entretanto, o pequeno discípulo não poderia perder os ensinamentos, pois o tempo não permitiria “aulas de reforço” nem tampouco o dispensaria das “sabatinas da vida”.

O menino cresceu, tornou-se adolescente e hoje, de discípulo passou a ser mestre. Relembrando todos os momentos vividos, pode-se registrar em quantidades múltiplas as qualidades de seu mestre se comparadas aos seus erros. Tal como a água que escorre por um fio de lã, escorria-lhe a hombridade para sua prole.

Ações semelhantes, certamente, são repetidas em muitos outros lares, onde pais que assumiram verdadeiramente o peso e a responsabilidade do seu báculo conduzem sua igreja particular na simplicidade de quem traz nas mãos os calos, e no olhar o vislumbre da verdade que ainda, seus filhos, não chegaram a entender.

Meu pai é show!


Conselhos de um verdadeiro Don Juan

Por:

Neste artigo, você conhecerá os melhores conselhos para ser um “bom amante”, no melhor sentido da palavra, isto é, transformar-se em um homem que saiba amar de verdade a Deus, a si mesmo, a uma só mulher e a sua família.

Tem sido vendida a muitos homens a idéia de que para ser muito homem devem ter muitas mulheres, esquecendo que nossas emoções não funcionam como matemática, ao contrário, quando um homem “tem muitas mulheres”, na verdade, afetivamente, não tem nenhuma. MUITAS = NENHUMA.

Por isso, queremos que você aceite os conselhos de um homem que, de verdade, foi O MELHOR DON JUAN, e seu currículo o demonstra pois tem o título de discípulo amado. Melhor conhecido como João, o Evangelista ou são João. Sendo o discípulo mais jovem de Jesus, o Don Juan da Bíblia é o melhor conselheiro quando se trata de temas amorosos. Vejamos os conselhos que Don Juan tem para os homens de hoje, em questões de amor...

Para ser um bom amante:

1. Tome a iniciativa, ame primeiro!

Este é um dos melhores conselhos que podemos encontrar na Bíblia, não só para os homens mas para todos os cristãos. João citou as palavras de Jesus na última ceia, que teríamos de amar como Jesus nos tinha amado.

Ele diz, referindo-se a Dios: “Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro”. 1 João 4, 19.

Se quisermos amar de verdade, devemos aprender a ser os primeiros em amar aos demais. Assim como Deus nos ama primeiro, temos de imitá-lo e aprender a amar primeiro.

Isto de amar primeiro, não é uma desvantagem para os homens, ao contrário, tomar a iniciativa ajuda que os homens se sintam mais seguros de si mesmos e, sobretudo, que desenvolvam sua capacidade de conquista.

2. Não perca o amor do princípio

Vamos revisar algumas mensagens de são João para as primeiras igrejas cristãs da Ásia, lembrando que – para nós, os católicos – o matrimônio cristão reflete o amor de Cristo e da Igreja. Por analogia, podemos fazer as mesmas recomendações.

João aconselha a igreja de Éfeso que recupere o amor do princípio (“Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, onde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras...”. Apo 2, 4-5). Esta recomendação é sobretudo para aqueles homens casados que já estão há muito tempo com suas esposas, é o momento de recuperar seu amor de antes e de ter para elas os mesmos detalhes que as conquistaram.

3. Seja fiel

A fidelidade é um ingrediente necessário para manter um relacionamento autêntico e genuíno, por isso são João diz à igreja de Esmirna: “Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida”. Apo 2, 10.

Ter a coroa da vida significa ter o domínio de nossa vida, ser os donos e senhores da vida, ser muito homem é justamente isso, um homem não é o que conhece muitas mulheres mas o que é capaz de conhecer a mulher, porque dedicou o tempo e aproveitou a oportunidade para conhecer profundamente a uma mulher.

4. Seja paciente

Saber esperar e ter prudência é uma característica importante para um homem, como dizia são João à igreja de Filadélfia: “Porque guardaste a palavra de minha paciência, também eu te guardarei da hora da provação, que está para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da terra”. Apo 3, 10.
Quando chegar uma prova, você poderá ser guardado se souber ser paciente. Nos seguintes pontos, veremos outros aspectos das provas.

5. Seja generoso e cariñoso

“Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade”. 1 João 3, 17-18.

Para muitos, neste ponto começam os problemas. Tocar o tema do dinheiro com um homem é, muitas vezes, mais difícil do que falar da coisa mais vergonhosa que ele fez em sua vida.

Como psicoterapeuta de casais, posso dizer que quando, durante uma terapia, um casal fala de problemas de dinheiro é porque tem um problema grave. Este ser generosos, para muitos não é algo natural e o que nos diz são João é que devemos ser generosos com os mais necessitados, não somente com as pessoas que amamos mas com os necessitados. Isso vale não somente para os pobres de sua cidade, como também para as pessoas de sua própria família.

Para os solteiros: ser generoso implica ajudar seus pais e irmãos, ver se eles contam com o necessário para viver e procurar dar-lhes um maior bem-estar.

Para os casados: sua esposa e filhos são, muitas vezes, os que mais precisam de sua providência. Muitas vezes, nem sequer a sua esposa, você quer dizer quanto ganha, achando que manter esta informação escondida lhe proporciona um certo poder.

Isto não é amar de verdade! Não tenha um coração fechado, seja generoso!

João diz algo muito forte no Apocalipse a respeito do dinheiro: “Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu” Apo 3, 17.

Bem diz o ditado popular: “Tem gente tão pobre que o único que tem é dinheiro”!

Também não se trata de comprar presentes caros, nem de ter uma má administração do dinheiro e não contar com uma poupança necessária para um imprevisto, mas de demonstrar generosidade com as pessoas necessitadas.

Ser generoso e caridoso também com as expressões de afeto, dizer a sua família que a ama, demonstrá-lo com abraços, carinhos. Esta é a melhor maneira de mostrar amor, sobretudo aos filhos e à esposa.

6. Descubra que é um filho amado de Deus

Este é o conselho mais importante, ninguém pode amar se não se sentir amado. Este aspecto envolve duas coisas:

• Descobrir que você é filho de Deus: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato!” 1 João 3, 1. Isto significa sanar a paternidade porque muitos homens trazem consigo conflitos e temor de ser pais, talvez porque alguns não tiveram um modelo adequado de paternidade e se assustam com a idéia de ser um pai como o que tiveram. Se um homem tiver receio de ser pai, terá muita dificuldade para entregar seu coração a uma mulher.

• O que um homem precisa é sanar a paternidade, e isto se faz sanando primeiro a filiação, isto é, o sentimento de ser um filho amado. Quando descobre que é amado, não porque faça coisas intrépidas ou porque seja inteligente, rico ou poderoso, mas que é amado e aceito simplesmente por ser filho, por um Pai que o ama por ele ser quem é, um homem pode sanar seu sentido de paternidade

• Sentir-se amado por Deus. João diz: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” 1 João 4, 8. Quando você descobre que Deus o ama, que seu amor pode transformar toda a necessidade de amor que há em sua vida, então vai poder amar as pessoas que o rodeiam, o mais importante porém é que você vai poder amar a si mesmo, e quando uma pessoa se ama de verdade, e tem uma auto-estima adequada, não procura relacionamentos que compensem sua necessidade afetiva, sabe que o sexo não é o que o faz feliz, mas que o amor de verdade é o que dará sentido a sua vida. Portanto, procurará uma relação com uma mulher que o ame de verdade e a quem respeitará e honrará porque ela é também filha de Deus.

7. Ame a todos como irmãos

Se você se descobrir filho de Deus, perceberá que tem uma grande família, que em cada um dos seres humanos encontra um irmão, especialmente naqueles que são mais necessitados ou mais indefesos.

Muitos homens consideram que a hombridade significa ser forte, agressivo, audaz, e que – para sê-lo – não há melhor modo do que pôr em evidência as fraquezas do outro, por isso alguns gostam de zombar, de humilhar, de ofender outras pessoas, sobretudo pessoas do mesmo sexo masculino que não são fortes fisicamente, ou que não têm um caráter de liderança ou um espírito forte. Nem precisa dizer dos maus-tratos aos homossexuais. Para muitos “homens” ser um macho consiste justamente em zombar daquelas pessoas que têm um problema de identidade sexual, com isso mostram somente sua real e verdadeira carência de uma masculinidade sadia, pois podemos ver, com a ajuda da psicologia, que os que mais zombam destas pessoas são os que inconscientemente são mais propensos a desenvolver justamente estas tendências.

São João diz: “Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não façamos como Caim, que era do maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino”. 1João 3, 11-12.15.

Portanto, um homem de verdade é aquele que mostra uma atitude respeitosa e compreensiva, sobretudo com aqueles homens que parecem mais indefesos ou mais fracos.

8. Ame a Deus, respeite os mandamentos

A última chave para ser um homem de verdade é amar a Deus e respeitar os mandamentos. E como podemos saber se realmente amamos a Deus?

“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos”. 1 João 5, 2-3.

Quando um homem tem, de verdade, domínio próprio, é honesto, autêntico, valente, seguro, etc. É quando pode obedecer a Deus.

São João poderia dizer que um homem de verdade é aquele que tem em seu coração um amor profundo por Deus, a tal ponto que não teme dizer que ele é de Jesus O DISCÍPULO AMADO. Tomara que você consiga imitá-lo!


O papel do pai durante a gravidez e os primeiros meses de vida da criança

Por: Santiago Ortega Serrano

Em nossa sociedade existe a crença de que o pai é quem tem a função de prover os bens materiais para o melhor desenvolvimento do filho e do casal, felizmente, esta crença foi desaparecendo e o pai passou a ter uma função mais ativa.

Neste artigo, gostaria de falar dos papéis importantes que o homem desempenha: a função do homem como cônjuge e o papel do homem como pai. Tudo começa quando o casal decide ou manifesta o desejo de ficar grávido. A gravidez é um processo difícil para a Mãe, com mudanças físicas e também emocionais, aí aparece a função do pai que vai cuidando e protegendo a Mãe neste processo de nove meses. Na primeira gravidez, pode ser muito bom acompanhar a esposa às visitas médicas, participando deste processo. Por este motivo, considero que não é a mulher que engravida, é o casal que fica grávido. Inclusive, em muitos casais sólidos, tem sido observado que existe o momento em que o homem se conecta tanto à mulher que os sintomas (vômitos, tonturas, dores de cabeça) afetam a ele, e a mulher pode até ficar mais tranqüila. Isto nos fala da união e do apoio que o pai, o parceiro, o homem pode proporcionar.

Por outro lado, o momento do parto pode representar um processo difícil e doloroso para a Mãe. O pai pode apoiar a Mãe neste processo, o que o ajudará a dar-se conta de sua paternidade, ao ver o nascimento de seu filho.

Quando nasce um novo membro da família, a Mãe dedica muito tempo à disposição do bebê. É importante que o pai possa apoiar a Mãe, que possa dar o amparo que ela precisa receber. Armano Barriguette, um psicanalista muito famoso, menciona que o pai suficientemente bom é aquele que faz com que a Mãe “brilhe”.

A função do pai não é somente apoiar a Mãe, como também ele deve prover o trio (pai, Mãe e filho) da segurança suficiente para que possa se desenvolver. Também é importante carregar o bebê quando a Mãe estiver cansada, que tenha a capacidade de ninar. É curioso como a criança vai descobrindo o mundo que a rodeia, da Mãe descobre os olhos, as mãos, seu cheiro no momento de amamentar; do pai descobre o pescoço quando está sendo carregado. É o pai que vai proporcionando força física e psíquica a seu filho, quanto mais entrar em contato com a criança para permitir que o bebê o descubra e que sua esposa descanse.

A psicologia, pediatria e pedagogia modernas convidam o pai a ter um papel ativo para o ótimo desenvolvimento do filho. Ao mesmo tempo, isto beneficia também o casal, já que se pode observar que quanto mais presente o pai estiver, exercendo sua paternidade com amor, o casal se fortalece e cresce.


Qual é a função de um pai?

Por: Diana García

Algumas vezes, os homens se perguntam qual é a função do pai e, inclusive, não sabem exatamente qual deve ser a importância dele para os filhos.

• Primeira função do pai: contribuir para a identidade. Esta é a primeira função do pai, dar identidade ao filho não é coisa teórica que possa ser feita em um momento, ao contrário, trata-se de um processo longo e concreto que se realiza na vida cotidiana do filho e que consiste em fazer com que ele saiba quem é, ensiná-lo a ser ele mesmo, a viver sua identidade única. Por outro lado, também não é um processo sexualmente indiferente. Dar identidade a outro não só consiste em dizer quem você é, fulano ou beltrano, mas dizer-lhe o que você é: um homem como papai ou uma mulher como maMãe. Isto quer dizer que dar identidade supõe necessariamente dar identidade sexual. Tanto os filhos como as filhas aprenderão a ser homens e mulheres graças à figura do pai, eles pelo modelo, elas por contraste. O pai dá aos filhos sua masculinidade, sendo ele o protótipo de homem, e por outro lado, confirma as filhas em sua feminilidade, remetendo-as à Mãe. Este segundo aspecto é mais importante do que se poderia pensar.

• Segunda função do pai: dar segurança. O filho, ao ver-se amado pelo pai, descobre que não tem nada que temer dele, percebe através da própria experiência feita no decorrer do tempo que essa presença, no princípio ameaçadora, não somente não lhe faz dano, como também que o ama, cuida e protege. Não somente a ele mas também à sua Mãe. Então já pode viver tranqüilo, não há nada a temer: por um lado, está envolvido pelo amor de sua Mãe e, por outro, este amor está garantido por outro que para ele é mais forte e mais sábio, o amor que seu pai oferece a ele e a sua Mãe.

• Terceira função do pai: a introdução do filho na realidade. A vida do homem se move entre dois verbos estreitamente relacionados: ser e agir. Nesta distribuição de funções entre o pai e a Mãe, esta última acentua o ser, enquanto que o pai sublinha o agir. Não se trata de funções desconexas, mas complementares; nem o pai despreza o ser, nem a Mãe o agir, mas acentuam estas realidades na ordem indicada. Introduzir uma pessoa na realidade é introduzí-lo no dinamismo da vida, na qual existem coisas e pessoas com as quais, necessariamente, terá que se relacionar. Terá de competir e defender-se, fazer amigos, jogar e trabalhar com as outras pessoas, divertir-se e sofrer com elas; não há outra alternativa para viver no mundo. Se a criança não saísse do mundo da Mãe, não viveria outra experiência que receber tudo em troca de nada, sem esforço. Mas a vida não é assim, existe uma parcela de maturidade e de experiência que tem de ser conquistada com esforço, não há outro caminho. Isto tem um risco muito alto e se não houver alguém que nos ajude a situar-nos na vida, podemos entendê-la como uma carreira de obstáculos no meio de um mundo competitivo e hostil, cheio de inimigos. Mas isto não é verdade, nem tudo é fácil mas nem tudo é hostilidade. É preciso, melhor ainda, imprescindível, que exista alguém que nos ame verdadeiramente e, ao mesmo tempo, nos prepare para viver no mundo desde a objetividade e desde a verdade. O pai é quem ajusta o filho à verdade, quem lhe indica como tem que agir. O pai representa a lei, a bondade objetiva, o saber fazer. Sua palavra e seu exemplo são imprescindíveis.


O papel do pai: integrando a parentalidade

Por: Santiago Ortega Serrano

Resumo:

Uma revisão sobre a participação do pai, desde o desejo da gravidez até os primeiros anos de vida. Desde uma postura psicanalítica, explica-se o papel ativo do pai e a função de apoio à Mãe, assim como ao casal. Uma revisão sobre a ajuda do casal para uma boa paternidade e maternidade, sem eliminar o papel específico do homem e da mulher. É proposta uma postura de integração das funções tanto paternais como maternais para poder dar espaço à paternidade. E assim refletir sobre a integração, sublinhado o ser pai e ser parceiro.

Palavras-chave: desejo, gravidez, parentalidade, função do pai, integração, casal.

Quando consultamos a bibliografia sobre o pai, percebemos que é insuficiente para chegar ao que desejamos. Existem muitos teóricos que falam sobre o papel do pai como interruptor da dáada Mãe – filho (Benedek, 1983; Solís Pontón, 2003); outros, que ressaltam o pai como quem impõe a lei. Muitos autores modernos falam da participação mais ativa do pai. Depois de uma revisão sobre estes teóricos, surge o desejo de poder integrar o que suas contribuições têm de mais importante.

Por outro lado, alguns propõem que a Mãe é a principal participante no desenvolvimento psíquico e emocional da criança; alguns mais modernos colocam que o pai também tem muita responsabilidade. Por este motivo, neste artigo tentamos explicar que ambos, pai e Mãe, participam do desenvolvimento saudável ou patológico do filho, em sua presença ativa ou em sua ausência real.

Existem muitos estudos que falam do processo de desejos e fantasias na gravidez da Mãe. Diante disto surge a questão sobre se existirão certas fantasias no pai devido à gravidez.

Um último tema, com o qual se trata de concluir, sendo uma reflexão importante na que se quer deixar a pergunta aberta para que mais pesquisas possam ser feitas: ser pai, ser parceiro, e o trabalho que deve ser realizado para que possa haver uma integração.

É importante falar do desejo dos pais de ter um filho, de tal maneira que se possa estudar o vínculo prévio à gravidez. A psicanálise nos tem ensinado que as motivações inconscientes têm um maior peso do que as conscientes. Sempre que se fale da relação entre duas pessoas, será preciso falar de projeções, motivações, fantasias e desejos que se depositam mutuamente. Falar de desejo dos pais sobre o filho nos leva diretamente ao relacionamento e aos vínculos que serão estabelecidos com a criança, como também entre o casal.

Lebovici (1995) afirma que existem cinco representações psíquicas da Mãe a respeito do bebê, entre elas se destacarão duas, no presente artigo. Em primeiro lugar, encontra-se o bebê imaginário, que tem a ver com as fantasias conscientes e pré-conscientes da Mãe sobre o filho e, em segundo lugar, o bebê fantasmático, que são as fantasias inconscientes da Mãe. É importante se questionar se é somente a Mãe quem tem estas representações psíquicas. Não será que o pai irá formando uma imagem do filho? De fato, sim, tanto pai como Mãe vão formando imagens, desejos, fantasias sobre o filho, tanto conscientes como inconscientes. O pai, por exemplo, tem fantasias sobre seu próprio pai e, quando realiza o ato reprodutor, leva a cabo a meta de sua rivalidade, já que finalmente pode conseguir a independência, como também pode ter seu próprio objeto – a Mãe que o livra dos ciúmes edipianos. Ao mesmo tempo, pode afirmar sua virilidade, superando suas tendências regressivas, sabendo-se alguém não castrado. (Anthony, Benedek, 1983).

Por outro lado, já projetando no desejo de um filho as aspirações de seu ideal do eu, do que sempre quis conseguir, do que nunca teve, do pai que quis ter... No entanto, estas aspirações poderiam interferir no amor paternal, transformando seu filho em uma ilusão e não respeitando sua individualidade, assim, o filho talvez “se torne” seu próprio pai.

Um item importante de tratar é o desejo de ser pais, que nos conduz à inter-relação que existe no casal. Que ambos participem deste desejo de gravidez e da gravidez em si, permite que o pai vá se preparando e apoiando a Mãe para o parto. A Mãe deve permitir que o pai participe deste processo, já que “o pai precisa do apoio afetivo da Mãe para se transformar em um pai interessado” (Lebovici, et.al. 1995, p. 78). Os desejos inconscientes são muito variados e dependem da história de desenvolvimento, tanto da Mãe, do pai, como do casal. Estes desejos sempre existirão e o ideal seria que se pudesse compreender para que se chegue a dar a separação e individuação do filho, separando-se dos desejos dos pais. E que, na medida do possível, diminuam as fantasias narcisistas, ou de formar uma totalidade simbiótica, ou de alguém que virá a salvar a relação (Vives, 2001). A final de contas, a criança é desejada e imaginada por seus pais, é produto de seus desejos.

Nas melhores condições, na gravidez os pais irão tendo um desenvolvimento psíquico que os preparará para levar a cabo sua parentalidade. Ambos, sobretudo a Mãe, durante este período, têm fantasias de desejar e amar seu filho como gostariam de ter sido amados e desejados. Nestes momentos, ela precisará do apoio do homem. Ambos serão gratificados, vendo o desenvolvimento embriológico do filho que ainda não nasceu, durante estas visitas ao ginecologista é que se vai formando a consciência de ser pai, ser Mãe, ser pais.

Para estudar as funções ou o papel paterno, deve-se começar definindo o papel que o pai vai desenvolver. Estas funções podem ser divididas em duas: quanto ao apoio à Mãe e a respeito do filho. A primeira função (apoio à Mãe), o papel do pai poderia ser resumido nas seguintes palavras: apoio e contenção. Para vários autores (Solís Pontón, 1999; Vives, 2001; Winnicott, 1999), desde a gravidez, e nos primeiros meses de vida da criança, a Mãe terá certas regressões e identificações com seu filho, uma “preocupação materna primária” pelo desejo de ser boa Mãe, lembrando-se do que sua Mãe foi para ela. É nesse ponto que o pai pode contê-la para que possa desempenhar uma boa maternidade. O pai pode ser uma “Mãe suficientemente boa” para que ela possa sê-lo para seu filho. É por isso que o pai intervém indiretamente através da Mãe e diretamente com o bebê, dando passagem ao processo de triadificação. “O pai entra em contato com sua esposa e com o bebê, de maneira direta e indireta” (Barriguete citado por Solís Pontón (Eds.) 2003, p. 31).

É neste ponto, sem necessidade de separar fortemente, já que se trata de um processo integrador, no qual é preciso falar do papel do pai em relação ao filho. O pai, nos primeiros meses de vida, quase não participa da dáade Mãe-filho, é por isso que – pouco a pouco – deve ir interrompendo para o aparecimento do terceiro, ou seja, ele mesmo. Acho que um dos trabalhos principais é o de “reconhecimento”, que o homem possa se reconhecer pai da criança, processo psíquico que começa desde a gravidez, e o que mais o favorece é o “papel ativo do pai”. Enquanto a Mãe descansa, o pai pode ninar, carregar e conter seu filho, trabalhando gradualmente a tríade. Por outro lado, procurando o sorriso do filho que pode ajudar na diferenciação e integração gradual do ímago pai.

Nessas procuras repentinas, nas quais a Mãe descansa e o pai procura o filho, pode-se formar o que Benedek chama a “Genuína qualidade paternal” que é a habilidade para atuar diante do filho, com sensibilidade de resposta empática (Benedek, 1983). Assim, nestes espaços que poderiam ser chamados íntimos, o pai vai aceitando seus próprios sentimentos de ternura e pode projetá-los ao filho. Além de ir reconhecendo a criança, esta última poderá ir integrando o seu pai.

Assim como o peito materno é uma zona erógena, no caso do pai é o pescoço, e isto serve para o desenvolvimento motor da criança já que a figura paterna impulsiona o bebê pelo contato forte. Os pequenos empurrões, carregá-lo, as cócegas podem provocar uma certa quantidade de agressão só para poder entrar em contato com o mundo. No jogo, o pai pode ter certas regressões e ter um jogo infantil; e a criança pode identificar-se com o pai, favorecendo em ambos a maturidade e o crescimento.

Barriguete introduz o conceito de “pai suficientemente bom”. Seria aquele que deixa que a Mãe brilhe, que pode compartilhar e contribuir com sua criatividade em relação ao bebê, a sua mulher, sendo quem ajuda a capacidade de ninar (Barriguete citado por Solís Pontón, 2003).

Em relação ao desenvolvimento psíquico e a importância do papel paterno, pode-se fazer algumas considerações, já que têm um grande impacto para o desenvolvimento psíquico da criança. Para Margaret Mahler, dos 15 a 24 meses, o pai aparecerá no mundo da criança, justamente na aproximação (Mahler; Pine; Bergman, 1995). Nesta etapa, aparece como mecanismo importante a identificação. É por isso que a participação do pai deve ser prévia, para que a criança possa integrar e internalizar tanto a figura total do pai, como seu papel implícito (Kernberg, O. 1996). Sobretudo nesta etapa em que acontece a diferenciação de sexos e que a criança pode se identificar com a figura paterna.

Sem dúvida, é preciso considerar que a palavra que pode nos acompanhar para entender este processo de ser parceiro e ser pai é a “integração” e, para concluir, queremos recalcar três pontos importantes nos quais podemos resumir a importância da parentalidade.

Em primeiro lugar, que tem a ver com o trabalho do psicólogo, é que na mente do casal o melhor é que exista um desenvolvimento psíquico que permita esta integração. Se cada membro do casal integrar o ser pai/Mãe do filho, ao ser casal e companheiro sexual, poderá beneficiar os vínculos estabelecidos tanto com os filhos como para o próprio casal.

Em segundo lugar, esta integração pode dar pé à comunicação, entre o tema dos filhos como o tema do casal, amor, afeto ou simplesmente vida cotidiana. E, em terceiro lugar, este integrar-se como pais/casal favorecerá a separação e individuação da criança que os assumirá como casal.

Estas três considerações são as que devem ser consideradas para os próximos estudos de parentalidade e de papéis desempenhados na família. É importante falar da integração para que possamos nos estruturar melhor em todos os aspectos da vida. Afinal de contas, nesta constante pesquisa, pode-se dizer que o filho vai ter um melhor desenvolvimento, desde que o casal possa atingir uma maturidade suficiente. Ao mesmo tempo, falar de parentalidade não significa que o pai vai substituir as funções da Mãe, uma vez que cada um tem seu próprio papel, mas que o papel ativo dele é primordial para um ótimo desenvolvimento da criança, como também do pai e da Mãe. Uma participação ativa do pai está em envolver-se mais como pai. Quanto mais seja possível falar de integração e papéis, mais o ser humano poderá se integrar.


Papai: “Você também é importante para o meu desenvolvimento!”

Por: Bertha Parra Lemus

Nunca é tarde para refletir sobre a importância Nunca é tarde para refletir sobre a importância que tem a presença, tanto física como emocional, do pai para o desenvolvimento dos filhos.

Estamos muito acostumados a viver em um matriarcado encoberto, um pseudopatriarcado, quando na verdade esta cultura gira em torno da mulher. No entanto, considero que já é tempo de dar passagem ao homem e deixá-lo exercer sua função dentro da sociedade e da família, uma função que vai além daquela de provedor. Refiro-me à função paterna que, se não soubessem os homens que são pais, é de vital importância para o desenvolvimento de seus filhos, assim como foi para o próprio desenvolvimento deles mesmos.

Já estamos cansados de responsabilizar as mães por tudo o que não funciona bem no processo de desenvolvimento psíquico de um menino, no entanto, é o pai quem ajuda os meninos (varões) a formar uma identidade masculina e quem ajuda as meninas a se sentir mulheres atraentes, bonitas, dignas de ser queridas por um homem. A mãe influi, com certeza. Não pretendo deslocar agora a responsabilidade completa para a figura paterna, no entanto, insisto, é o pai que, com sua presença e com sua “lei” auxilia a mãe e a criança para que eles possam se separar emocionalmente e, então, a criança possa ser concebida como um ser independente e não como um apêndice ou uma extensão da mãe.

Com isto, quero dizer que é o pai que vem representar o terceiro em discórdia na relação dual entre a criança e a mãe, vem romper com esta simbiose que, ao não alcançar a separação, fundiria a criança com sua mãe (falando em termos psíquicos) e a transformaria em uma pessoa que não poderia estabelecer um contato com o mundo por si mesma, ou seja, levaria a criança à loucura, a uma fusão total de identidade com a mãe. Graças a isto (que o pai seja o terceiro em discórdia), os meninos conseguem estabelecer sua identidade masculina, e as meninas sua identidade feminina, é o que vai colocar a “cereja sobre a torta” para que este difícil processo de consolidar uma identidade própria, não somente a identidade psicossexual, seja levada a cabo com sucesso. Vocês acham pouco?

E tem mais, o pai impõe a lei, isto é, é quem deve estabelecer as normas, é o representante da autoridade. Alguma vez escutei por aí a seguinte frase: “A mãe é amor com autoridade e o pai é autoridade com amor” e, na verdade, nada me parece mais certo. Imaginem, senhores pais de família, que de vocês depende que nossas crianças aprendam a respeitar a lei, isto é, a autoridade. Bem, se não ficou suficientemente claro, explicaremos de forma mais dramática.

Se o pai não ensinar aos filhos a respeitar a autoridade, estas crianças serão pessoas que não terão a capacidade para viver em sociedade, pois não será possível que respeitem os seus semelhantes porque não haverá quem lhes tenha ensinado a respeitá-los com seu exemplo. Com certeza, não se trata de impor esta lei com golpes, porque já sabemos os resultados disso hoje em dia.

Desta maneira, meus senhores, vocês serão os responsáveis por formar os delinqüentes que andem pelas ruas roubando e seqüestrando as pessoas, ou os banqueiros que cometem fraudes ou os políticos que somente se preocupam por seu bem-estar, sem dar importância às conseqüências de seus atos, inclusive para toda uma nação. Ficou ainda alguma dúvida sobre a importância de sua presença para o desenvolvimento de seus filhos?

Vejam bem, vocês poderão argumentar: “O problema é que as mulheres não nos deixam participar” ou “Isto é coisa de mulheres”. Prezados senhores, estamos em pleno século XXI! Ou ainda, a recente: “O que acontece é que não temos tempo para nada”, porém quem quer pode e encontra tempo. É muito importante que fique claro que a mesma importância de pagar as contas e as mensalidades dos colégios, ou outras coisas mais, tem também dedicar tempo a nossos filhos. Não duvido que existam mulheres que ainda não permitam a participação do pai nas tarefas de educar e criar o filho, mas os senhores têm ou não vontade própria? Claro que é muito mais fácil ver as coisas de fora e depois dar a culpa aos demais daquilo que não fazemos.

Por outro lado, estão – infelizmente, cada vez com mais freqüência – as famílias monoparentais, as quais em sua maioria, estão formadas pela mãe e filhos, brilhando por sua ausência o pai. A estas mães, encarregadas pela criação dos filhos, eu as convidaria a realizar uma auto-observação e auto-avaliação sobre como falam a seus filhos e filhas sobre o pai deles, como se referem a ele, o que estão lhes transmitindo, que idéia de homem estão projetando em seus próprios filhos do sexo masculino e em suas filhas. Nos casos como este, a figura paterna será transmitida pela mãe que, consciente ou inconscientemente transmitirá a seus filhos a boa ou má imagem masculina. Isto será realizado a partir de sua própria experiência (boa ou má) com a figura masculina, isto é, do relacionamento com seu próprio pai e com seu ex-cônjuge.

Reflitam sobre isso e, uma vez que tenham respondido a estas perguntas, tantas coisas poderão ser explicadas. Não devemos descarregar sobre nossos filhos as relações frustradas com os pais deles, finalmente são seus pais e vocês os escolheram, o que não significa que tenhamos de mentir aos filhos sobre quem é, na verdade, o pai deles. Deixem que sejam eles que, por si mesmos, possam perceber isso e os ajudem a curar essa má imagem do pai. Já que é, a partir dessa atitude, que eles formarão uma idéia sobre o que significa não só ser pai, como também como ser uma pessoa íntegra, comprometida, integrada à sociedade participativa, que trabalhe em benefício de todos.

Assim que, espero tê-los deixado com “a pulga atrás da orelha” e que possamos nos conscientizar, cada vez mais, tanto homens como mulheres, da importância de ser pai em toda a extensão da palavra. Lembrem de que o pai é quem nos ajuda a consolidar nosso:

• Sentido de identidade pessoal.
• Identidade masculina ou feminina, segundo o caso.
• Forma a moral e o respeito pela autoridade e por nossos semelhantes.

De modo que, pais de família, os exorto a que participem ativamente e não agressivamente da formação de seus filhos. Sejam protagonistas e não expectadores da vida e do desenvolvimento de seus filhos, que eles – mais cedo ou mais tarde – certamente agradecerão.

A importância do pai na autoridade e a dignidade pessoal

Por: Padre Nicolás Schwizer

1. A autoridade. O vínculo a Deus é o mais importante. Mas o caminho para Deus passa por uma sã vinculação aos pais. Através deles, a criança formará sua vivência e imagem fundamental de autoridade.

Se a vivência é positiva, entenderá a autoridade como poder de amor e de serviço, protetor e estimulante do próprio crescimento. Através de uma vivência negativa dos pais, verá a autoridade como poder opressor, injusto, violento e temível.

A primeira experiência condiciona a futura relação a toda autoridade: Deus, sacerdotes, professores, chefes de trabalho ou da política.

2. A dignidade pessoal. Desta experiência da autoridade dos próprios pais depen¬de outra, sumamente importante: a experiência da própria dignidade pessoal.

Esta condiciona de modo profundo a segurança existencial, a capacidade de amar e a criatividade da pessoa. Quem não se sinta digno e valioso, será um eterno inseguro frente à vida, um complexado, incapaz de aceitar-se e amar a si mesmo. Também não será capaz de amar aos demais. Porque não poderá reconhecer serenamente os valores dos outros, sem ver neles rivais que despertam sua inveja, que o colocam na defensiva ou que busca destruir para afirmar-se a custa deles.

Todos nós conhecemos a pessoas deste tipo, com quem é difícil ou impossível conviver. Inseguros, tampouco se animarão a exercitar seus talentos pessoais, retrocederão diante dos obstáculos, não assumirão com gosto as tarefas que tenham por diante.

3. Nossa tarefa de pais. Uma consciência sã da própria dignidade surge de uma única maneira: sentindo-se amado, especialmente pelos próprios pais.

Nossa grande tarefa de pais é dar este amor a nossos filhos, através de feitos concretos:
Dedicando-lhes tempo para conversar e divertir-se com eles, preferindo escutar-lhes antes que ao televisor, acariciando-lhes, preocupando-nos por suas necessidades e desejos, etc.

Com isso lhes dizemos: Vocês valem, são para nós o mais valioso que possuímos muito mais que as coisas e o dinheiro. Têm uma dignidade única: são pessoas e são nossos filhos. E eles acreditarão, porque o sentem a cada momento. Vão sentir-se de verdade pessoas (e não coisas) e vão atrever-se a olhar a vida sem medo. Poderão, ao longo de sua vida, viver uma sã vinculação consigo mesmo, com o próximo e com o trabalho.

4. O pai. Tudo isso que parece tão belo é muito difícil de realizar.

O problema afeta, principalmente, ao pai. Porque a mãe possui muito mais intuição para a relação pessoal. Sua união física de nove meses com o filho, se traduz normalmente depois numa vinculação afetiva profunda.

O pai, por sua vez, se identifica muito mais com os valores funcionais e impessoais do mundo do trabalho.
Gostam da mudança, da velocidade, da eficácia. A ele custa o diálogo pessoal, o cultivo lento e paciente de um vínculo de amor. No lar é, geralmente, mais distante que a mãe.

5. O desafio. A renovação da família exige a reconquista de nossa paternidade. Sem isso, nunca seremos homens capazes de criar um mundo novo, um mundo realmente humano. Sem resgate da paternidade, nunca seremos filhos felizes, verdadeiros irmãos e cristãos plenos.

Perguntas para reflexão

1. Sou consciente do que implica minha tarefa de pai, de suas conseqüências?
2. Noto algumas atitudes como as comentadas em meus filhos: insegurança, inveja…?
3. Como sou no meu lar?... distante, próximo…


Ataduras às coisas

Por: Padre Nicolás Schwizer

Um campo que obstaculiza a liberdade interior são nossas ataduras que nos escravizam às coisas. O Pai e Fundador costumava comentar que fazemos muitas concessões ao mundo. E assim condenamos a nós mesmos e aos que nos rodeiam, à mediocridade.

“Não podemos servir a dois amos, não podemos servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24), nos adverte Jesus. Hoje em dia é enormemente difícil viver no meio do mundo e não sucumbir diante o espírito do mundo. Os santos o comparam com uma teia de aranha que aprisiona os homens e não os solta mais.

• Schoenstattiano, Um homem diferente dos demais

Se quisermos resumir um pouco a imagem desse homem novo que há de criar um mundo novo, havemos de dizer que é um homem diferente, um homem que vive de maneira distinta dos demais. Teremos que atuar de forma diferente no matrimônio, na vida familiar, nos negócios, na empresa, na política, na relação com os homens. Nisso tudo deveremos distinguir-nos dos demais.

Os primeiros cristãos tiveram a audácia de ser distintos. E por isso criaram um mundo novo, um mundo impregnado pelos valores cristãos. Ser diferentes significa muitas vezes, passar por loucos, assim como os primeiros cristãos passaram por loucos. Significa também lutar contra o pecado em todas as suas formas, começando por si mesmo, mas também lutar contra muitas situações de pecado no mundo que nos rodeia.

È por isso que os primeiros cristãos diziam: “Non sine sanguine”, não sem sangue. O mundo não se transforma o Reino de Deus não avança sem sangue. E pode ser que em alguns casos Deus permita também o sangue do martírio. O P. Fundador esteve a ponto de derramar esse sangue.

O Padre foi um homem que lançou as bases para um mundo novo e uma Igreja nova, ao preço de muita dor e sacrifício.

Ele passou por todas as lutas imagináveis. E ele pode ser fundamento para um mundo novo porque venceu em si mesmo os problemas do mundo novo.
E então, apesar de tudo, temos que atrever-nos a ser distintos, a passar por loucos, a lutar contra o mal em nós mesmos e assim viver antecipadamente o mundo de amanhã.

• Estilo de vida

Por outro lado é necessário que cultivemos consequentemente um estilo de pobreza evangélica em nossa vida. Deus nos pede conquistar um estilo de vida austero, centrado em ser mais e não em ter mais, centrado em confiar em Deus e na sua providencia e não em nossos bens.

Por isso, havemos de criar um novo estilo de vida, mais simples, mais forte. Pensemos por exemplo em nossa vestimenta, nossa comida, nosso estilo de festas, nossas férias, nossas casas, nossos bens, nossos veículos, etc.

Também em nossos grupos devemos buscar formas concretas para poder crescer na simplicidade e sobriedade, no desprendimento e no compartilhar solidário. Um membro da Família de Schoenstatt não pode deixar-se guiar neste campo pela sociedade de consumo, pela cultura materialista e secular. Nisso temos que ser homens diferentes, homens que vivem de maneira diferente.

Devemos nos distinguir dos demais por nosso estilo de vida simples e sóbrio, por nossa independência da sociedade de consumo.

Perguntas para a reflexão

1. Em que nos diferenciamos dos demais?
2. Como é nosso nível de vida?
3. Em que medida nós estamos influenciados pela sociedade de consumo?